Governo Lula critica operação contra o tráfico no Rio: ‘matar 120 não adianta nada’

A publicação defende que o combate ao crime deve ser feito com “mais inteligência e menos sangue” e faz campanha pela a aprovação da ‘PEC da Segurança’, proposta pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.

O vídeo, intitulado “Explicando a operação policial no Rio de Janeiro com… inteligência”, foi publicado pelo perfil oficial do governo federal e também compartilhado pela ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

No material, o governo admite que o crime organizado é um dos maiores problemas do Brasil, pois “destrói famílias, oprime moradores e espalha drogas e violências nas cidades”.

No entanto, a peça critica operações como a realizada pelo governo fluminense, alegando que ações desse tipo colocam em risco famílias, crianças e os próprios policiais.

“Matar 120 pessoas não adianta nada. Mesmo se forem todos bandidos, amanhã tem outros 120 fazendo o trabalho”, afirma o texto do vídeo, que adota tom irônico ao dizer que é preciso “mirar na cabeça, mas não de pessoas”, e sim no cérebro e no coração das organizações criminosas.

Como exemplo de um modelo considerado mais eficaz, o vídeo cita uma operação conjunta entre o Ministério Público e a Receita Federal, realizada em agosto, que atingiu o PCC (Primeiro Comando da Capital) por meio de investigações no setor de combustíveis e no mercado financeiro.. “Combate ao crime, para funcionar, precisa de mais inteligência e menos sangue”, resume o material.

A campanha também serve para promover a PEC da Segurança, proposta que busca reforçar o papel da União na coordenação das políticas de segurança pública. O texto prevê integração entre as polícias federal, civil e militar de todo o país e estabelece diretrizes nacionais de atuação.

“Se o crime é organizado, a resposta também tem que ser”, conclui o vídeo, defendendo uma ação coordenada entre todos os órgãos de segurança.

Paralelamente à divulgação, o governo Lula anunciou a criação de um escritório emergencial no Rio de Janeiro, em parceria com o governo estadual, para enfrentamento ao crime organizado. O anúncio ocorre um dia após as trocas de acusações entre Cláudio Castro (PL) e Ricardo Lewandowski, quando o ministro da Justiça afirmou que o governador deveria “se responsabilizar ou jogar a toalha” diante da escalada de violência no estado.