Lula se manifesta sobre relação do filho com o ‘Careca do INSS’

Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (18) que as investigações sobre o esquema de fraudes envolvendo descontos ilegais em benefícios do INSS alcançarão todos os suspeitos, segundo ele, sem exceções.

BRASIL

12/18/20252 min read

Em declaração a jornalistas, o chefe do Executivo ressaltou que eventuais vínculos familiares não impedirão a atuação das autoridades, inclusive se houver envolvimento de seu próprio filho, Fábio Luís Lula da Silva.

Durante a coletiva de imprensa, Lula foi questionado sobre suspeitas de uma possível relação entre Fábio Luís e Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, apontado como um dos operadores do esquema. Ao responder, o petista reforçou que não haverá proteção política ou pessoal a investigados.

“Eu tenho dito para os meus ministros e tenho dito para as pessoas que participam da CPMI. É importante que haja seriedade para que a gente possa investigar todas as pessoas que estão envolvidas, todas as pessoas, ninguém ficará livre. Se tiver filho meu metido nisso, ele será investigado.”

Lula também afirmou que o governo federal utilizará todos os instrumentos legais disponíveis para colaborar com as investigações.

Segundo ele, dentro dos limites constitucionais do Executivo, o Palácio do Planalto atuará para garantir a apuração completa dos fatos e a responsabilização dos envolvidos. Para o presidente, o caso precisa servir como exemplo ao país.

“Esse país tem condições de ser um país honesto, um país que não viva de assalto todo santo dia às pessoas mais pobres desse país. É preciso parar com isso”, declarou.

Ao comentar a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, Lula lembrou que o governo apoiou a instalação do colegiado. No entanto, segundo ele, houve entendimento de que a condução dos trabalhos deveria ficar sob responsabilidade da oposição. “O pessoal entendeu que não era correto o governo fazer uma CPMI e deixou a oposição fazer a CPMI”, afirmou.

As declarações do presidente ocorreram no mesmo dia em que a Polícia Federal deflagrou uma nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema nacional de cobranças irregulares em aposentadorias e pensões do INSS.

De acordo com a PF, esta etapa tem como foco aprofundar as apurações e esclarecer crimes como inserção de dados falsos em sistemas oficiais, organização criminosa, estelionato previdenciário, além de ocultação e dilapidação de patrimônio.

No total, estão sendo cumpridos 52 mandados de busca e apreensão, 16 mandados de prisão preventiva e outras medidas cautelares, todos autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As ações ocorrem simultaneamente nos estados de São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais e Maranhão, além do Distrito Federal.

O avanço das investigações tem ampliado a repercussão política do caso e reforçado a pressão por esclarecimentos sobre o funcionamento do esquema, que teria atingido milhares de aposentados e pensionistas em todo o país. (Foto: reprodução; Fonte: Congresso em Foco)