Marcelo Ivo de Carvalho na mira: o adido da PF pode ser preso?

Entre denúncias de abuso de poder, perseguição e suspeitas de irregularidades internacionais, o nome do delegado Marcelo de Carvalho Ivo, atual adido da Polícia Federal em Miami, volta ao centro de uma tempestade política e diplomática. O que antes eram rumores em bastidores agora começa a ganhar contornos mais sérios, com documentos, relatos e testemunhos que sugerem que o adido possa ter ultrapassado limites institucionais no exercício de suas funções.

10/28/20254 min read

Perseguição em solo americano

A brasileira naturalizada americana Flávia Magalhães afirma viver sob constante vigilância e medo em território americano.

Segundo ela, estaria sendo monitorada ilegalmente por agentes ligados à adidância da Polícia Federal, e o nome de Marcelo Ivo apareceria em um ofício que mencionaria diretamente esse “monitoramento”.
Apesar da gravidade do conteúdo, nenhuma medida preventiva foi tomada até o momento.

Flávia, que diz viver “em pânico”, teme “ser sequestrada ou sofrer violência física a qualquer momento”.

As acusações, ainda que sem confirmação oficial, pressionam as autoridades brasileiras e americanas a se pronunciarem sobre a possível violação de protocolos internacionais de cooperação policial.

O elo com o caso Felipe Martins

A polêmica se intensifica com o chamado “caso Felipe Martins”, que envolveu a prisão do ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro após uma suposta entrada falsificada no sistema americano de imigração (CBP).

A irregularidade levantou uma questão crucial: quem teria acesso técnico e autoridade para alterar ou inserir dados em sistemas controlados pelo governo dos Estados Unidos?

Especialistas consultados pela reportagem apontam que o adido da Polícia Federal em Miami é o responsável direto pela ponte de informações entre o Brasil e as agências americanas, como o Homeland Security e o próprio Customs and Border Protection.

Coincidentemente, no perfil de Marcelo Ivo no LinkedIn, ele se apresenta também como “funcionário da Homeland Security” — órgão que supervisiona o CBP e que está no centro dessa controvérsia internacional.

Essa sobreposição de vínculos gera questionamentos sobre possível conflito de interesses e excesso de autoridade funcional, sobretudo em um caso que envolve privação de liberdade de um cidadão brasileiro em território estrangeiro.

Estilo de vida e bastidores em Miami

Além das suspeitas funcionais, o padrão de vida e o comportamento pessoal do delegado também têm despertado atenção entre colegas e observadores.

Fontes da comunidade brasileira em Miami relatam que Marcelo Ivo vive em um apartamento alugado na região de Brickell, um dos bairros mais caros e disputados da cidade, onde o aluguel mensal gira em torno de US$ 9.350 (cerca de R$ 50 mil na cotação atual) — cifra considerada alta mesmo para os padrões locais.

Segundo apurado, ele se mudou para o imóvel em agosto de 2024, um apart-hotel de padrão ultra luxuoso, com elevador de acesso direto ao apartamento e estrutura voltada para um público restrito de alto poder aquisitivo.

O estilo de vida de Ivo, descrito como “acima da média” por pessoas próximas, também chama atenção fora do ambiente residencial. Ele é figura recorrente no Club Mila, em Miami, um dos clubes mais exclusivos da cidade, com acesso permitido apenas a membros de perfil ultra seleto.

Nas redes sociais, o delegado também adota um tom de ostentação. Em seu perfil no Instagram, exibe 53 bandeiras que representariam os países por onde já viajou, reforçando a imagem de alguém habituado a um padrão de vida cosmopolita e distante da realidade funcional da maioria dos servidores públicos.

Embora o contrato de locação e demais registros aparentem estar formalmente regulares, o custo de vida elevado e o estilo social ativo do adido levantam questionamentos sobre a compatibilidade de renda e a transparência patrimonial.

Relatos descrevem o delegado como presença frequente na vida noturna de Miami, muitas vezes acompanhado e sob aparente efeito de álcool, comportamento que fontes internas afirmam “não condizer com a imagem de um representante oficial da Polícia Federal em missão diplomática no exterior”.

Um passado marcado por tragédia

O nome de Marcelo Ivo também é lembrado por um episódio grave ocorrido no Brasil.

Em 2016, ele se envolveu em um acidente que resultou na morte de um vigia, em circunstâncias que, segundo reportagens da época, envolviam ingestão de álcool e direção de uma viatura da Polícia Federal sem habilitação válida.

O caso ganhou repercussão nacional e permanece registrado nos arquivos judiciais como um dos momentos mais delicados da carreira do delegado.

Silêncio e tensão institucional

Até o momento, nem o Ministério da Justiça nem a Polícia Federal emitiram nota oficial sobre as denúncias que circulam envolvendo o adido.

Nos bastidores, comenta-se que há desconforto interno com a crescente exposição do caso e preocupação diplomática com possíveis repercussões junto às autoridades americanas.

Juristas e especialistas em direito internacional afirmam que, caso as suspeitas sejam confirmadas, Marcelo Ivo pode responder por abuso de autoridade, falsidade ideológica e até violação de soberania internacional — crimes que, se comprovados, podem resultar em prisão, perda de cargo e expulsão do território americano.

Conclusão

Entre o silêncio das instituições e o barulho das denúncias, o delegado Marcelo Ivo se torna um dos nomes mais controversos da atual cooperação Brasil–EUA.

A ausência de respostas oficiais apenas aumenta as especulações e reforça a necessidade de investigação independente e transparente.

A pergunta que ecoa entre bastidores políticos e jurídicos é inevitável — e cada vez mais difícil de ignorar:

o adido da Polícia Federal em Miami, Marcelo Ivo, será o próximo a enfrentar a lei que jurou defender?