Ministro da Educação recebeu, fora da agenda, ex-nora de Lula, que foi alvo da PF

Na quarta-feira (12/11), a Polícia Federal (PF) cumpriu mandado de busca e apreensão contra Carla Ariane, que é investigada por suposta participação em um esquema de desvio de verbas da Educação em municípios do interior de São Paulo.

O registro de entrada no ministério mostra que Carla Ariane esteve no gabinete de Camilo Santana às 12h, com o campo “cargo/função” preenchido como Presidente Lula, mesmo sem ocupar cargo oficial no governo.

Na ocasião, a agenda oficial do ministro incluía uma viagem de Fortaleza a Brasília e visita ao Hospital Universitário de Brasília (UnB) pela manhã. A reunião, portanto, ocorreu durante o período em que Santana estava na capital federal.

Segundo a PF, Carla Ariane integra um grupo de cinco pessoas que atuariam para liberar recursos federais a municípios paulistas, parte dos quais teria sido direcionada a contratos superfaturados com a empresa Life Tecnologia Educacional.

A decisão que autorizou a operação, conhecida como Coffee Break, é da juíza Raquel Coelho Dal Rio Silveira, da 1ª Vara Federal de Campinas (SP). No documento, Carla e o lobista Kalil Bittar, ex-sócio de Luís Cláudio Lula da Silva (“Lulinha”), são descritos como pessoas com “alegada influência no governo federal”.

O empresário André Mariano, dono da Life, é apontado como o epicentro do esquema e teria feito pagamentos de viagens da ex-nora do presidente a Brasília.

Segundo a investigação, Carla conheceu Mariano por meio de um secretário municipal de Hortolândia, Fernando Gomes Moraes, e de Kalil Bittar. A PF afirma que os agendamentos muitas vezes demonstram que Carla buscava interesses privados de Mariano junto a órgãos públicos, principalmente na obtenção de recursos e contratos.

Além disso, registros oficiais mostram que em 14 de maio de 2024 André Mariano participou de reunião no FNDE sobre materiais escolares, acompanhado de representantes de outras empresas e do lobista Magno Romero.

O encontro contou com a presença da então presidente do FNDE, Fernanda Pacobahyba, e da coordenadora-geral Nadja Cezar, reforçando os laços investigados entre empresários, lobistas e servidores públicos. E mais: ‘Motinhas elétricas’ terão novas regras para transitar a partir de 2026. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução; Fonte: Metrópoles)