Missão diplomática ou vida secreta de playboy
Um adido é, na prática, um diplomata de segurança. Deve agir com discrição, profissionalismo e alinhamento com os interesses do Estado que o enviou ao exterior.
INTERNACIONAL
11/9/20252 min read


Adido policial. Uma função de altíssima responsabilidade. Não é turismo pago com dinheiro público. Não é oportunidade para colecionar fotos com champanhe e mulheres em camarotes VIP. É representação de um país.
Um adido é, na prática, um diplomata de segurança. Deve agir com discrição, profissionalismo e alinhamento com os interesses do Estado que o enviou ao exterior.Ou pelo menos deveria.
Quando o cargo vira passaporte para luxo
Nas redes sociais, fotos e registros mostram o delegado Marcelo Ivo, lotado em um centro de investigações no exterior, levando uma rotina que desperta mais perguntas do que respostas: finais de semana em festas exclusivíssimas, bebidas importadas, companhias femininas e presença constante no Club Mila, um dos espaços mais seletos e caros de Miami.
O Mila não é um clube de praia qualquer. É um reduto onde só entra quem tem dinheiro de verdade. Não estamos falando de um restaurante caro. Estamos falando de membresia de elite. Servidores públicos do Brasil normalmente não têm esse padrão de vida.
E aí vem a pergunta constrangedora: Como um delegado, com salário fixo, sustenta um estilo de vida reservado a milionários norte-americanos?
Porque você, brasileiro, paga imposto.
E alguém, do outro lado do continente, vive uma rotina que não bate com a realidade de um servidor público médio. Se essas festas, regatas e bebidas caras forem pagas com recursos próprios, ótimo. Que se apresente a transparência. Simples. Objetivo. Limpo.
Mas quando tudo vira silêncio, a dúvida cresce. Quando o servidor público parece incapaz de explicar o padrão de vida, surge uma questão legítima para qualquer cidadão: Estamos diante de uma missão diplomática ou de um luxo financiado com dinheiro que não deveria estar ali?
Transparência não é ataque. Cobrança não é perseguição. É direito. O debate não é moral. É republicano.
A sociedade não exige que adidos policiais vivam como monges.Ninguém está proíbo de se divertir. Mas existe uma linha clara entre vida privada e vida pública sustentada com dinheiro público.
Quando alguém ocupa um cargo de confiança fora do país, deve representar a imagem do Brasil, não usufruir de benefícios como um protagonista de seriado sobre milionários.
Se tudo é legal, que se mostre. Se tudo é ético, que se prove. Se tudo é limpo, que se abra as contas.
Até lá, fica a dúvida. E a dúvida é pública.
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