Resposta por indicação ao STF? Alcolumbre anuncia pauta-bomba ao governo

Minutos após o anúncio, Alcolumbre reagiu politicamente: decidiu pautar, para a próxima semana, um projeto que pode gerar impacto de bilhões de reais no orçamento federal.

A proposta escolhida por Alcolumbre cria uma aposentadoria especial para agentes comunitários de saúde e está pronta para votação desde 10 de outubro, mas permanecia parada.

A movimentação foi vista como um recado direto ao Planalto — especialmente porque texto semelhante já havia sido aprovado na Câmara, deixando o governo apreensivo com projeções que variam de R$ 20 bilhões a R$ 200 bilhões em custos adicionais, sem indicação de fonte de financiamento.

Em nota, o senador afirmou que a medida é uma “prioridade do Parlamento brasileiro”, celebrando o que considera um avanço para o SUS.

A irritação de Alcolumbre tem origem no fato de que ele defendia o nome do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga no Supremo.

O episódio aprofundou o desgaste com o governo: segundo relatos, o senador disse a aliados que não foi avisado previamente sobre a escolha e decidiu romper com o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).

No Planalto, auxiliares admitem o atrito, mas reforçam que cabe exclusivamente ao presidente da República indicar ministros para a Suprema Corte.

O projeto que deve ir ao plenário estabelece aposentadoria aos 52 anos para homens e 50 para mulheres, desde que tenham 20 anos de atividade como agentes comunitários de saúde.

Segundo o relatório, a atividade envolve desgaste físico intenso, deslocamentos constantes e exposição frequente a doenças infectocontagiosas, justificando a concessão de aposentadoria com integralidade e paridade — ou seja, com o último salário integral e reajustes iguais aos dos servidores na ativa.