Veja quem é quem no esquema de fraude que mirou ex-nora de Lula

A Polícia Federal deflagrou nessa terça-feira (12) a Operação Coffee Break, após processo judicial apontar um esquema de fraudes em licitações de material escolar em prefeituras do estado de São Paulo.

11/13/20252 min read

Além de autoridades municipais, empresários, lobistas e doleiros estariam envolvidos no esquema. Cinco pessoas foram presas, incluindo o vice-prefeito de Hortolândia, Carlos Augusto Cesar, o “Cafu” (PSB).

Segundo a PF, alguns investigados afirmavam ter influência junto ao governo federal, entre eles Carla Ariane Trindade, ex-nora de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e Kalil Bittar, ex-sócio de outro filho do presidente.

O esquema, detalhado pela PF e pela Controladoria-Geral da União (CGU), envolvia a empresa Life Tecnologia Educacional, que teria utilizado lobistas para intermediar contatos com o poder público.

O dinheiro obtido era lavado por doleiros e repassado em espécie como propina aos envolvidos. Entre 2021 e 2024, a Life recebeu R$ 111.157.253,83 de quatro prefeituras principais: Sumaré, Hortolândia, Limeira e Morungaba. Em notas fiscais, as vendas somaram pouco mais de R$ 86 milhões.

Principais suspeitos e suas funções segundo a investigação:

André Gonçalves Mariano: apontado como líder da organização criminosa e proprietário da Life, teria lucrado com licitações superfaturadas, lavado dinheiro e coordenado pagamentos ilegais a agentes públicos e intermediários políticos. Recebeu mais de R$ 16 milhões em sua conta pessoal e foi preso preventivamente. Já havia sido condenado em 2024 por fraude em licitação.

Carlos Augusto Cesar (“Cafu”): vice-prefeito e secretário de Governo de Hortolândia, suspeito de direcionar licitações e liberar pagamentos em troca de vantagens ilícitas. Segundo a PF, teria recebido ao menos R$ 2,4 milhões via terceiros. Preso preventivamente.

Fernando Gomes de Moraes: secretário municipal de Educação de Hortolândia, acusado de assinar atas, direcionar licitações e agilizar pagamentos da Life mediante propina. Preso preventivamente.

José Aparecido Ribeiro Marin: ex-secretário de Educação de Sumaré, apontado como principal parceiro de Mariano na cidade. Mandado de prisão não cumprido.

Carla Ariane Trindade: ex-nora de Lula e mãe de neto do presidente, teria atuado como lobista e intermediária junto a órgãos públicos federais e municipais, em favor da Life. Presa e alvo de busca e apreensão. É citada na investigação como “Nora” e “amiga de Paulínia”.

Kalil Bittar: ex-sócio de filho de Lula, intermediário político da Life, teria recebido pagamentos diretos e “mesada” de Mariano, além de um carro BMW. Participou de viagem oficial à China acompanhando o vice-presidente, sem vínculo formal com órgãos públicos.

Eduardo Maculan e Abdalla Ahmad Fares: doleiros responsáveis por converter os recursos da Life em dinheiro em espécie para pagamento de propinas. Ambos foram presos preventivamente.

Ainda há outros nomes. A operação cumpriu 50 mandados de busca e apreensão e seis de prisão preventiva, com 24 pessoas investigadas ao todo. O nome “Coffee Break” surgiu porque os suspeitos chamavam as propinas de “café”. (Foto: reprodução; Fonte: G1)