Venezuela condena médica a 30 anos de cadeia por áudio crítico a Maduro

A médica venezuelana Marggie Orozco, de 65 anos, recebeu uma pena de 30 anos de prisão após gravar e enviar, pelo WhatsApp, um áudio no qual criticava o governo de Nicolás Maduro e incentivava moradores a participarem das eleições presidenciais marcadas para 28 de julho de 2024.

INTERNACIONAL

11/19/20251 min read

A condenação foi confirmada pela ONG Comitê por la Libertad de los Presos Políticos de Venezuela (Clippve) e pelo ex-governador de Táchira César Pérez Vivas. A decisão foi proferida na sexta-feira (14) pelo Tribunal 4º de Juicio do Circuito Judicial Penal do estado de Táchira.

Segundo o Clippve, Orozco foi enquadrada nos crimes de “traição à pátria”, “incitação ao ódio” e “conspiração”, acusações que a organização classifica como exemplo de um processo repleto de “claras vulnerações ao direito à liberdade de expressão”

A denúncia que deu origem ao caso partiu de uma integrante dos Comitês Locais de Abastecimento e Produção (CLAP), grupo comunitário alinhado ao chavismo, segundo familiares e ativistas que acompanham a situação da médica.

Marggie Orozco foi presa em agosto do ano passado em San Juan de Colón, próximo à divisa com a Colômbia. Pérez Vivas, que divulgou detalhes no X, afirmou que “a sentença, ditada pela juíza Luz Dary Moreno, é um ato perverso contra uma pessoa com graves problemas de saúde”.

Ele lembrou que a médica sofreu um infarto em setembro, enquanto estava sob custódia da Polícia Nacional Bolivariana (PNB), e enfrenta depressão crônica desde 2013.

O caso integra um cenário mais amplo de repressão: entidades de direitos humanos ressaltam que a Venezuela contabiliza atualmente 882 presos políticos, conforme levantamento recente do Foro Penal.